27 de outubro de 2019

o sapatinho foi à rua #507

Quadrados e mais quadrados.
E folhos.
E lenços.
Esta é a tendência.
Boa semana.




blusa: SMF
blazer: United Colors of Benetton
calças: United Colors of Benetton
silettos: Mar y Paz
lenço: Biju Brigitte

26 de outubro de 2019

o sapatinho foi à rua #506

Desafio: sair da caixa.
Ver o mundo com outros olhos.
Viver a 200%.

Este look, a dar os últimos ares veraneantes, é a despedida dos dias mais quentes.

As flores estão para ficar.




top: Zara
saia às flores: Zara
ténis: Adidas
óculos: RayBan 

18 de outubro de 2019

caderneta de cromos # 24

Aluno do décimo segundo ano, depois de me fazer a vontade e ler um poema que lhe tinha pedido.

Sabe como adormeci?
Não.
A ouvir o poema Tabacaria, de Álvaro de Campos.
Gostaste?? (felicidade extrema)
Não me lembro de nada.

16 de outubro de 2019

os meus cinco minutos # 36

O espelho de Ojesed ou quando as crianças brincam

Quando as crianças brincam
E eu as oiço brincar,
Qualquer coisa em minha alma
Começa a se alegrar.

E toda aquela infância
Que não tive me vem,
Numa onda de alegria
Que não foi de ninguém.

Se quem fui é enigma,
E quem serei visão,
Quem sou ao menos sinta
Isto no coração.



Fernando Pessoa ortónimo e Harry Potter in Harry Potter e a Pedra Filosofal



lembram-se quando Harry enverga a mítica capa com o poder da invisibilidade (ah! que bom poder não ser!) e entra na obscura sala do espelho de Ojesed?

lembram-se?

aproxima-se, a medo, passo a passo, pé ante pé, do magnífico espelho, de grandes proporções, com a sua majestosa moldura de talha dourada, com as seguintes letras entalhadas erised strae hruo ytub ecaf ruoyt on woh sie, que, lidas ao contrário significam I show not your face but your heart's desire.

nesse instante, o pequeno feiticeiro surge, de forma impossível, refletido no espelho, ao lado dos seus pais, numa realidade hitchcockiana.
uma realidade que não é e nunca foi sua, pois nunca os conheceu, de facto.
sorriem para si, eles.
a mãe toca-lhe, afetuosamente, com a mão no seu ombro e parece que Harry consegue senti-la.

sim.
consegue senti-la.

por fim, Albus Percival Dumbledore, o diretor de Hogwarts, com a sua longa e alva barba a lembrar o outro, o tal de Gandalf, desvenda o mistério do espelho.

afinal de contas, o espelho não dá conhecimento nem tampouco verdades.
desenganem-se, vá.
representa, sim, os desejos dos nossos corações; um autêntico desperdício de tempo que pode levar-nos, irremediavelmente, à loucura, já que é tão fácil perdemo-nos em sonhos, não é?

mas é através deles, enquanto forma de evasão à realidade que oprime, que os dois, Pessoa e Potter, se afastam da lucidez analítica e metafísica, levando-os, ainda que por efémeros momentos, a conceber uma vida de inconsciência; um refúgio à sua permanente inquietação existencial.

criam, então, eles!, a breve ilusão de que a felicidade é possível "naquela terra de suavidade/ Que na ilha extrema do sul se olvida", com "palmares inexistentes, / Áleas longínquas sem poder ser", naquele reflexo reconfortante do que poderia ter sido e não o foi.

claro que nós, eu e tu, sabemos perfeitamente que o que está "além" do "muro" ou "da curva da estrada" é apenas a solução mascarada para uma existência desditosa.

sabemos também que não podemos viver a sonhar e esquecermo-nos de viver.

não podemos.
, pois "não é (de todo) com ilhas do fim do mundo/ que cura a alma seu mal profundo".

12 de setembro de 2019

o sapatinho foi à rua #505

E a maioria dos horários já cá canta.
Os garotos já conhecem as turmas e alguns já foram recebidos nas escolas.
Segunda-feira é um novo começo.
Para eles e para nós, os professores.
Sempre me disseram que os desafios acarretam responsabilidade e espírito de sacrifício.
Vamos trabalhar, enquanto os outros dormem?
Vamos estudar, enquanto os outros se divertem?
Vamos persistir enquanto os outros descansam e, então, conseguir viver o que os outros sonham?
Vamos?




túnica: H&M ( alterada)
jeans: H&M
slippers: Seaside (alterados)
brincos: Tiffosi

10 de setembro de 2019

os meus cinco minutos #35

O décimo segundo ano de Português gira, exponencialmente, à volta de Fernando Pessoa.
Um Pessoa que cria outras pessoas dentro de si, que se coadunam, sobremaneira.
O início do século XX, com os seus ismos, é a força de tração para a desfragmentação do eu que se desdobra em vários eus.
 No século XXI, torna-se claro que Alberto Caeiro, Ricardo Reis e Álvaro de Campos fazem parte integrante da existência humana.
Nós somos o ortónimo, com os nossos quês e senãos.
Indivíduos frágeis, precários.
Nós.
Depois, o Nós pede a existência dos Outros.
Um ser livre e descontraído que clama pela não metafísica. Que renuncia ao pensamento e às regras e põe para trás das costas os dogmas e o formalismo semântico, lexical e sintático..
Um ser contido e pagão que se recusa à entrega e que se esconde por detrás de máscaras e medos, pois teme a verdade e mais ainda o tempo que passa e o términos da sua existência. Um ser que carrega consigo a régua e o esquadro e o compasso e a fita métrica e diz que não ao amor. Por outras palvras, o não comprometimento por associação ao não sofrimento.
Um ser deprimente, à conquista de novas sensações, um ser esquizofrénico, que grita com a máquina, que se sacia com a velocidade, mas que não encontra paz dentro de si. Que desce aos infernos e sente falta da infância que ficou para trás e já não volta e já só resta o aniquilamento.
Estes todos são um só, em doses maiores ou mais reduzidas.
Somos nós.
Eu e tu.
E todos os outros.
Fazemos desporto e estamos em consonância com a natureza. A nossa mente está vazia. E, se não está, vamos treiná-la para que esteja.
Fazemos dieta e temos em nós um rigor reisiano que contempla os números marcados na balança.
Andamos num carrossel e sentimos a adrenalina camposiana e a deceção de uma infância que já não volta.
És ou não, também, um punhado de eus que se reescreve em outros em busca de alguma sanidade mental?

8 de setembro de 2019

o sapatinho foi à rua # 504

Bom dia.
Temos vindo a ser assolados pelos fogos.
Já não é novidade.
Aveiro cheira a fumo e a madeira queimada.
E as nossas vidas continuam como se nada fosse.
Os alunos foram colocados nas universidades e as redes sociais dão conta disso.
O novo ano letivo está prestes a começar.
Vamos fazer deste ano um ano de mudanças?






t-shirt: Zara
saia: vestido H&M alterado
slippers: Zara alterados
brincos: Mango alterados
cinto: Sacoor

31 de agosto de 2019

o sapatinho foi à rua # 503

Temos as fotos da prache e temos os looks.
Esta é uma das fotos da prache: num estacionamento.
Blogger que é blogger tem de ter uma assim, mais coisa menos coisa.
Tal como a da laranja ou, versão sapatinho, a da ameixa.
Depois temos o look.
Os jeans mum fit têm sido a minha perdição.
Ficam bem com tudo e gritam estilo, estilo, estilo!!
A camisa, padrão exótico, com o laço à frente, só vem ajudar à festa.
Os saltos imprimem toda a liberdade de ideias e de expressão.
Fora o preconceito!








camisa padrão exótico: Primark
jeans mum fit: Pull & Bear
ténis: Adidas
óculos de sol: Ray Ban 

30 de julho de 2019

os meus cinco minutos # 34

Nos tempos que correm, o vagar tem sido esquecido.
Erradicado.
Puff!
As nossas rotinas são, diariamente, contaminadas e desgastadas por pressões alheias que não conseguimos controlar ou evitar.
Decidimos, de facto, alcançar objetivos e metas o mais rápido possível, sem olhar a meios.
Não há tempo a perder!
Tique-taque-tique-taque-tique-taque.
Os sentimentos, os que há, são velozes e descartáveis e, só deus sabe!, incomodam e atrasam.
Uma perda de tempo.
Apenas os resultados importam. 
Apenas isso.
E talvez o dinheiro.
 Sim, o dinheirito, no final do mês, faz falta.
Nada mais.
O ritmo das nossas vidas torna-se, então, atroz; inumano.
Os horários milimetricamente delineados empurram-nos para um afastamento peremtório e voluntário da esfera privada que passa, automaticamente, para segundo plano, juntamente com a família e os sentimentos e as emoções e sabe-se lá o que mais.
Ninharias.
A primeira palavra do nosso filho.
O 80° aniversário do avô.
Jantares em família.
Pequenos quês.
E mesmo aí, nessa pequena esfera que tende a ficar cada vez mais pequena, impossivelmente mais pequena!, estamos, inevitavelmente, disponíveis e contactáveis.
Quando damos conta, habitamos, então, uma Feira de março emocional, sem paredes nem fronteiras que confiram privacidade ou humanidade às nossas vidas ocas e mesquinhas, 
quinhas, 
quinhas,
nhas,
shhh!
O que perdemos e fica para trás já não volta e a velocidade estonteante a que nos entregamos devora-nos e impede-nos de existir.

E se tapássemos os ouvidos ao exterior, de vez em quando, como os garotos, e começássemos a gritar lá-lá-lá, muito, alto, ao mundo?

22 de julho de 2019

o sapatinho foi à rua # 502

Bom dia!
Já todos sabemos que os lenços são alerta máximo em questão de moda.
A única regra é mesmo usá-los - everywhere, anywhere!
Hoje optei por um visual mais descontraído e divertido.
Os tons cítricos fazem-me lembrar o calor do verão.
As assimetrias e o ombro à mostra criam uma silhueta ultra-feminina.
Amo o verão!







top assimétrico: Tiffosi
jeans pretos: Levi's
slippers: Zara
lenço: Zara
pulseira: Sacoor
brincos: on-line (oferta)

19 de julho de 2019

o raio da bicharada # 50

Olá! Olá!
Ninguém estava, certamente, a contar que eu viesse aqui falar de animais de estimação a esta altura do campeonato.
Muito menos eu.
Juro!
Era capaz de apostar o cu e 5 tostões que a bicharada cá de casa - 2 gatas e 2 cadelas, portanto - se manteria nas 3 cabeças.
Três.
Nem mais nem menos.
Aliás, se houvesse mais um elemento a acrescentar à família seria, no máximo, uma melga ou outra, que o verão não perdoa.
Certo?
Errado.
Isto é daquele tipo de coisas que contado ninguém acredita.
Pois bem.
O Nuno estava muito tranquilamente a conduzir e, de repente, desviou-se de qualquer coisa na estrada.
Por si, a situação já era caricata, uma vez que eu estava ao lado dele a olhar em frente e não havia rigorosamente nada no caminho.
Nisto, deu-se uma travagem brusca e o homem só disse que ia atropelando um pássaro.
Nestes momentos, a gente só pensa que um pássaro tem asas e voa e, daí  haver qualquer coisa suspeita na história.
Ia atropelando um pássaro tão lindo!
Ora bem, um pássaro lindo??!
De súbito, iniciou-se uma marcha-atrás algo atrevida e eu saí do carro um pouco às aranhas, à procura do dito bicharoco.
Como não vi nada na estrada, espreitei para lá do rail e dei de caras com uma criatura muito verde, cheeinha de penas, pousada num galho a olhar para mim.
Saltei o rail conforme pude (esqueçam lá os saltos atléticos e elegantes, porque os meus oscilaram mais entre o alçar uma perna e ai-que-me-vou-esbardalhar-ao-comprido) e vi-me a braços com um ror de ervas secas e picos.
Claro que senti a minha vidinha toda a andar para trás e não era para menos.
Imaginei logo a cena toda - o pássaro iria voar, contente da vida, saltitando pelo ramo fora e eu esbardalhar-me-ia ao comprido, de qualquer das formas.
Tentei agarrá-lo com as 2 mãos e... ele deixou.
Bem, haver um ser que se deixa apanhar por mim de forma plena e consciente já é difícil, agora... não oferecer resistência é inédito.
Acreditem.
Sei do que estou a falar.
Vai daí que encostei o passaroco ao peito e lá consegui saltar novamente o rail sem necessitar de fazer figuras (muito) tristes.
Entrámos no sapatinho-móbil e, como já estava com alguma secura depois de andar por ali a saltar o estafermo do rail que nem uma louca e a ter de me baixar para apanhar aquele palmo de gente, dei-lhe o nome mais óbvio que poderia existir - Martini.
Pronto.
O nome ficou.
Agora, temos um problema: o raio do bicho é de gancho e cismou que não quer estar dentro da bendita gaiola, nem que a vaca tussa.
O gajo quer é laró.
Não nos larga (a braguilha) os ombros, os braços, a cabeça e, basicamente, os dedinhos todos.
Para mal dos meus pecados, estou f@did@.


P. S. - tenho-me sentido mal comigo própria sempre que como frango de churrasco e chupo as pernas e as asinhas do galináceo com o gajo ali ao lado, desconfiado, a olhar para mim, de pescoço arregalado e os olhos semi-cerrados como lá os outros do filme Truth or dare, a julgar-me.
Digam-me.
Será que estou com macaquinhos no sótão?
Digam-me. 
Estou?

13 de julho de 2019

o sapatinho foi à rua # 502

A falta de curiosidade assusta-me; a falta de motivação e de sonhos também.
A palavra de ordem é criatividade, liberdade e emoção.

O visual de hoje inspira-se no estilo boho chic.
A saia quer-se longa, com folhos e padrões ecléticos.
As cores são suaves.
O pormenor fundamental é o colar de pérolas misturado com outros colares, a resgatar a seriedade das pérolas com a ousadia das correntes que se misturam.

Quanto à peça de fruta, achei que a laranja já tinha dado tudo o que tinha a dar.
Romper com os cânones é ser livre.





top preto: Zara
saia comprida com folhos: Lanidor
slippers: feira (alterados)
fanny bag: Lefties
colar de pérolas semipreciosas: Bijou Brigitte
colar em prata: Parfois
colar com pedras azuis: Biju
pulseira tornozelo: Parfois

11 de julho de 2019

fjällräven

Fjällräven.
Esta é a marca de mochilas que se tem visto com força no último ano, mas que veio para ficar.
Para quem não sabe, as sacaninhas foram criadas no verão de 1978 para prevenir problemas nas costas das crianças suecas.
Passo a explicar.
Numa altura em que as malas de uma alça eram populares, ficaram conhecidas como "as mochilas que endireitaram uma coleção inteira".
A partir daí, começaram a correr mundo nas costas dos mais novos e dos mais velhos.
Agora, para além das 50 cores disponíveis no mercado, a marca acaba de lançar a Käken Art, uma edição limitada com padrões originais desenhados por artistas conhecidos.
Lançadas mundialmente em março, as mochilas Fjällräven estão disponíveis em 4 tamanhos: laptop 17'', 15'' e 13", com uma divisória para o computador e ainda tamanho-smurf, versão de criança.
À venda nas lojas de desporto ou no site da marca por 99,95€.
A minha preferida!

2 de julho de 2019

german design award

Hoje venho aqui por causa da pequenada.
Por sorte, dei de caras com este cavalinho de baloiço.
É português e ganhou nada mais, nada menos do que um German Design Award.
O designer Rui Tomás criou uma nova versão mais clean e moderna do célebre cavalinho de baloiço e deixou-nos a todos de boca aberta. 
Para tal, inspirou-se no mais improvável dos objetos: uma peça feita unicamente para proteger a imagem da Nossa Senhora de Fátima em digressão no centenário das aparições.
O designer nacional depurou as formas do quadrúpede até ao limite da simplicidade visual e nasceu a versão Horse, na categoria Excellent Product Design, que faz a delícia dos miúdos e combina com a decoração lá de casa, pensada pelos graúdos.
O dito cujo encontra-se à venda no site do Rui pela módica quantia de 495 sapatinhos.
Ei-lo.
Vale quanto pesa.