E as
crianças (umas mais do que outras…) continuam a fazer das delas toooodos-os-santos-dias!
Não descansam, caramba!!
Nós, vítimas
mães experientes e calejadas, até achamos que já vimos de tudo, mas realmente,
conseguem sempre passar-nos a perna, de uma forma ou de outra…
O meu
filhote, desta vez, tentou surpreender-me (e bem que conseguiu) com uma prenda
muuuuuuito sui generis, na verdadeira
aceção das palavras…
Ora, o
pequerrucho foi à praia com os avós e, quando viu os pescadores com as suas
grandes redes de pesca, recheadíssimas, portanto, solidário e com a melhor das
intenções, lembrou-se de tirar um peixe vivo da rede e… trazer-mo como
presente!
[Estou aqui
a pensar com os meus botões; havia um ror de coisas que me poderia ter trazido:
uma concha-bonita, um búzio-giro, uma pedrinha-fofa, sei lá!, mas não, tinha,
porque tinha, de me trazer um peixe verdadeiro (qualquer dia abro um jardim
zoológico em casa!!)!]
Claro que a
criança fez de tudo para que o animal sobrevivesse, mas o pobre bicho não
resistiu a uma criança de 8 anos (já vou ter a Sociedade Defensora dos Animais
à perna)!
Agora, sapitos,
imaginem as minhas trombas, ao final do dia, quando a criança me deu a
prendinha, bem embrulhada num guardanapo…
Ai! Que
lindo! Lembraste-te da mamã! – foram as minhas últimas palavras, antes de abrir
o raio do guardanapo e ter aquela visão dantesca do peixe, já sem vida, assim,
estendido, e com um ar sofredor, a olhar para mim (acho que vou sonhar com isto
durante meses)…
Perante a
minha expressão de puro terror, a criança sentiu-se triste e ofendida (pois
pensava que estava a fazer uma grande coisa), e tive de a convencer que era uma
prenda muito especial, aquele peixe, morto, ali, no guardanapo… que ia ser o
meu almoço de hoje e tudo (sim, aquele peixito minúsculo, enfezadito, 3 palmos
de gente, com cerca de 5 cm de comprimento por 1 cm de largura, se tanto!, ia
servir para uma refeição inteirinha)!!
Hoje, ao
telefone, o filhote perguntou-me, em pulgas, se o peixe estava saboroso.
Eu disse que
sim, que era pena ser tão pequenino, mas que o tinha assado no forno, com batatinhas,
e estava DIVINO…
o peixe!!
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