Ok. Quando decidimos
adotar um gato lá para casa, temos de nos preparar psicologicamente para
determinadas situações catastróficas que vão virar a nossa vida de pantanas,
tais como, dizer adeus aos sofás e aos cortinados, lidar bem com jarras partidas,
com comida usurpada, com sapatos ratados, com o desaparecimento sinistro de
objetos, nomeadamente, lápis, borrachas, canetas, documentos importantes,
enfim, um sem número de coisinhas, aqui e acolá, que nos vão moendo a paciência.
Por isto tudo, acho mesmo que os gatos deviam trazer um manual de instruções bem
explícito, sem papas na língua, para não sermos apanhados desprevenidos. Mas
não!! Nós levamos o animal, ingenuamente, para casa, rendidos àquele aspeto fofinho
e enternecedor, sem conhecimento de causa e, passado um mês (nem tanto), deixamos
de ter sanidade mental, deixamos de ter vida, deixamos de ter sofás e passamos
a ter bolas de pelo por todo o lado e a anarquia instalada!!
O pior, no
meio disto tudo, é que nos vamos afeiçoando ao bicho e começamos a gostar dele, incondicionalmente.
Então, vai daí e deixamos de ralhar com o animal, já não conseguimos dar uma
palmada na altura certa e não resistimos aos olhões fofos, do tamanho de 2
bolas de golf, como os do Gato das Botas. Aqui, o caso muda de figura e o
panorama geral começa a agravar-se…
Claro que os
tarecos de estúpidos não têm nada e vão-se aproveitando das nossas fraquezas e
tau!!!, levam-nos na certa! Tal como hoje de manhã!!
Imaginem só
o cenário: a famelga reunida a tomar o pequeno-almoço, descansadamente, e não é
que a gata vem lançada, a alta velocidade, completamente fora de si, possuída,
e crava as unhas no que resta do sofá, ali, mesmo debaixo das nossas barbas?? É
preciso ter lata!! Claro que ouviu logo um valente “SUSHI”, alto e sonoro!!
E sabem qual
foi a reação do animal?? Sabem?? A gata, que não é burra, começou a disfarçar,
como se não fosse nada com ela. Parou de arranhar o sofá, ainda com as unhas cravadas
de forma suspeita, e como se nós fôssemos totós, começou a lamber o sofá tipo “O que foi? Só estou a dar carinho ao sofá, que eu adoro
mais do que tudo na vida!! Porquê, não posso?
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