Meus ricos sapinhos-papa-livros, ontem, acabei de
ler, FINALMENTE, Um rio chamado tempo,
uma casa chamada terra, de Mia Couto.
Sei que demorei séculos a acabar a leitura, que
tinha o livro mesmo ali, à beira de semear, mas houve dias em que não tive tempo
sequer para olhar para ele.
Embora, reconheço, não esteja no top 5 dos melhores
livros que já li, ainda assim, achei-o excecional.
A escrita de Mia Couto é simples, a abarrotar de
comparações e metáforas surpreendentes, quase sinestésicas, que nos transportam
para uma África de tradições, crenças, medos, paixões e misticismo, através da
personagem principal, Mariano, que, pela altura da pseudomorte do avô, regressa
às suas origens. Enquanto
aguarda pela cerimónia fúnebre, acaba por ser testemunha de aparições na forma
de pessoas e de cartas que lhe chegam de um mundo espiritual. Regressar a Moçambique é
mais do que um reencontro consigo mesmo, é um renascimento.
A missão de Mariano é dar continuidade à sua
história de pessoal e familiar, mas, sobretudo, à história política de uma
África pós-colonial que enfrenta um impasse cultural, religioso e político.
Este livro, de leitura empolgante e divertida, leva-nos à
reflexão de temas controversos, bem como à reflexão do sentido da vida e da
morte.
Aconselha-se, portanto!
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