22 de agosto de 2015

leitura em dia # 3

Meus ricos sapinhos-papa-livros, ontem, acabei de ler, FINALMENTE, Um rio chamado tempo, uma casa chamada terra, de Mia Couto.
Sei que demorei séculos a acabar a leitura, que tinha o livro mesmo ali, à beira de semear, mas houve dias em que não tive tempo sequer para olhar para ele.
Embora, reconheço, não esteja no top 5 dos melhores livros que já li, ainda assim, achei-o excecional.
A escrita de Mia Couto é simples, a abarrotar de comparações e metáforas surpreendentes, quase sinestésicas, que nos transportam para uma África de tradições, crenças, medos, paixões e misticismo, através da personagem principal, Mariano, que, pela altura da pseudomorte do avô, regressa às suas origens. Enquanto aguarda pela cerimónia fúnebre, acaba por ser testemunha de aparições na forma de pessoas e de cartas que lhe chegam de um mundo espiritual. Regressar a Moçambique é mais do que um reencontro consigo mesmo, é um renascimento.
A missão de Mariano é dar continuidade à sua história de pessoal e familiar, mas, sobretudo, à história política de uma África pós-colonial que enfrenta um impasse cultural, religioso e político.
Este livro, de leitura empolgante e divertida, leva-nos à reflexão de temas controversos, bem como à reflexão do sentido da vida e da morte.
Aconselha-se, portanto!

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