2 de setembro de 2014

tiro o chapéu a murakami

Bom dia, pequenos leitores! Ainda a tentar organizar tudo e mais alguma coisa depois das férias (quando digo tudo, refiro-me a papeladas, correspondência, roupas, pensamentos, metas, etc), tenho de partilhar convosco a minha leitura do livro de Murakami, Kafka à Beira-mar (senão rebento!!).
Porquê?
Porque sempre adorei ler.
Porque pouco tenho lido (o que leio são mais aqueles livros "têm-mesmo-de-ser-e-não-há-volta-a-dar-lhe" para trabalhos ou teses) e porque tenho alguma dificuldade em gostar da literatura dita "padrão" (e gostei particularmente desta obra).
De todos os livros que li até hoje, destaco:
A fada Oriana, de Sophia de Mello Breyner (acho que esta pequena relíquia dispensa apresentações e ainda hoje, de quando em vez, consigo identificar-me com as metáforas da fada, dos "amigos" peixes, das oportunidades que perdemos e dos erros que cometemos quando olhamos na direção errada);
O principezinho de Saint-Exupéry, uma metáfora só!
A cidade e a infância, de José Luandino Vieira, o qual tive o privilégio de conhecer pessoalmente e que escreve com uma simplicidade e clareza de espírito, que nos transportam para outra realidade;
A insustentável leveza do ser, de Milan Kundera (provavelmente, o meu preferido);
... muita Saramagada pelo meio (destaco o Memorial do convento...) e muita Virgíliada também...
O Perfume, de Patrick Suskind (deliciosamente sórdido);
... e agora este, de Murakami: surreal.
Gostei deste livro em especial. Regozijei-me com a criatividade inesperada e sorrateira, as narrativas entrecruzadas, as estórias que se esboçavam numa torrente de emoções, a simbologia aguçada, as personagens caricatas e algo disparatadas, as asneirolas que acentuavam a decadência do que era retratado e tudo aquilo que ficou por dizer e que tivemos de completar com os nossos estados de alma. Um olhar enigmático e genial do universo circundante, sem dúvida!
Acredito que, se ler este livro daqui a uns anos, possa, eventualmente, sugar uma visão mais apurada e consistente de cada linha e de cada pormenor inusitado. Para saborear, portanto!

Sem comentários:

Enviar um comentário