Camões, tal como Fernando Pessoa, procura enaltecer o
povo português, evocando os feitos que o torna singular. Este herói coletivo, predestinado para chegar
mais além, destaca-se pelas suas “obras valerosas”, sendo cantado numa dialética
material/ onírica.
Em Os Lusíadas, podemos mencionar um herói de dimensão humana e histórica. Os protagonistas que dão voz a esta epopeia são Vasco da Gama e os marinheiros portugueses que se sagram na diáspora dos Descobrimentos, na sua viagem marítima até à Índia. São, assim, valorizados pela sua ousadia e coragem perante o desconhecido, superando a sua própria condição humana e sendo elevados à categoria de deuses. Tal verifica-se na recompensa pelos seus atos, no capítulo IX, na Ilha dos Amores, destino reservado aos deuses.
Em Os Lusíadas, podemos mencionar um herói de dimensão humana e histórica. Os protagonistas que dão voz a esta epopeia são Vasco da Gama e os marinheiros portugueses que se sagram na diáspora dos Descobrimentos, na sua viagem marítima até à Índia. São, assim, valorizados pela sua ousadia e coragem perante o desconhecido, superando a sua própria condição humana e sendo elevados à categoria de deuses. Tal verifica-se na recompensa pelos seus atos, no capítulo IX, na Ilha dos Amores, destino reservado aos deuses.
Já na Mensagem,
o herói não se inscreve num tempo ou num espaço determinado, assumindo uma
vertente mítica/ simbólica. D. Sebastião representa a ambição e a coragem
espiritual que podia fazer renascer a glória da pátria. Aqui, Pessoa atribui um
caráter contemplativo ao herói, como é o caso de D. Dinis, que age como
instrumento da vontade divina. Agora é “A Hora”, “Deus quer, o homem sonha, a
obra nasce”. Falta cumprir-se Portugal num plano cultural e civilizacional e a
crença na edificação do Quinto império consagra-se na frase “Valete, Frates”.
Em suma, ambos os autores têm como missão a valorização
dos atos dos portugueses, com vista ao alavancamento da identidade nacional
numa conjuntura política, económica e social fortemente debilitada.
A morte de Portugal é a semente para a ressurreição messiânica de um povo eleito que se irá erguer das cinzas.
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