Quando estudava na universidade, muitas vezes, dava por mim a debater o Determinismo com a Andreia.
Na altura, defendia o Determinismo de forma acesa, pois acreditava piamente num destino previamente traçado, em que todas as escolhas e todos os caminhos nos conduziriam a um único fim.
A Andreia tinha a mente mais iluminada e acreditava num punhado de teorias muito menos ortodoxas e mais coerentes.
Quando estiver com a Andreia, não me posso esquecer de lhe dizer que, felizmente e sem me dar conta disso, mudei.
Em conversa com o João, no início da semana, fiquei admirada comigo mesma quando ataquei o demónio de Laplace com unhas e dentes.
Qual super ser humano, qual quê!
Arreganhei os dentes.
Arreganhei os dentes.
Acreditar no Determinismo é cruzar os braços e ficar eternamente à espera de um messias que nos salve.
É acreditar num Quinto Império e num D. Sebastião qualquer, pois não acreditamos em nós próprios e tem, forçosamente de vir alguém, se for montado num cavalo branco, melhor, criar um eden por nós, que já estamos cansados de ter descoberto o caminho marítimo para a Índia, há séculos, e não nos faltava mais nada do que ainda ter de cumprir uma pátria civilizacional e cultural.
Já agora!
Quem cria messias, cria, inevitavelmente, castelos e moinhos e recolhe-se à sua insignificância.
Mais vale esperar que alguém faça o trabalho por nós, pois somos Caeiros do mundo, eternos contemplativos que se limitam a aceitar os desígnios do universo.
Ou Ricardos estoicos e epicuristas que recusam Lídias ou comprometimentos sob pena de sofrerem com paixões violentas.
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