17 de junho de 2017

os meus cinco minutos # 13

No meu trépido casulo de conhecidos e amigos e colegas e alunos vou tendo contacto diário com indivíduos de todas as faixas etárias, etnias e maneiras de ser e pensar distintas.
Confronto-me com pessoas inteligentes, profundas e interessantes, pessoas menos interessantes, pessoas tolerantes e outras que viram a cara e cerram os dentes à diferença. 
A propósito disso mesmo, da diferença, é habitual dizerem-me que me visto assim, de forma diferente.
Talvez seja um elogio; nunca perdi muito tempo a pensar nisso, pois sermos todos iguais é algo enfadonho e monótono e inequivocamente entediante.
Ainda no outro dia, ao comentar uma foto de um blog muito conhecido em Portugal, alguém referiu isso mesmo, que me visto de forma singular. 
Claro que sim. 
Ainda bem que sim, pois gostar de moda é isso mesmo.
Gostar de moda não é, de todo, sinónimo de vestir bem; bem, no sentido de ser igual aos outros, à grande massa de seres vivos pensantes, ou ao que é socialmente imposto e tabelado em praça pública. 
Se quisesse vestir-me bem, vestia uma camisa branca, uns jeans justos e uns stilettos todos os dias da minha vida. 
Gostar de moda não é isso. 
Gostar de moda é não ter medo de arriscar. 
É criar.
É não nos importarmos minimamente com o que os outros pensam. 
Gostar de moda é ter atitude. 
É pegar numa criação alternativa, em bruto, de Gucci ou Dior, diretamente de um desfile, e não esperar que sejam os outros a vesti-la. 
É arriscar e usá-la na calçada portuguesa, sem meias medidas. 
Se um blogger não fizer isso, vai ser apenas mais uma pessoa a vestir-se bem e o mundo está irremediavelmente cheio de pessoas a vestirem-se bem...  
Onde está a piada nisso? 
Nem sequer faz sentido.
Não é suposto os bloggers de moda adiantarem tendências, criarem, ousarem?
Não me visto bem, nem é minha intenção fazê-lo. 
A minha intenção é divertir-me e, se inspirar alguém pelo caminho, a ir contra a corrente, a ser diferente por dentro e a ver-se por fora, tanto melhor.

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