3 de junho de 2017

caderneta de cromos # 11

Estava a estudar Português com um garoto de onze anos, do quinto ano, e pedi-lhe que escrevesse uma história, com um mínimo de cento e quarenta e um máximo de duzentas palavras, que tivesse como personagem principal uma estrela-do-mar e que começasse assim:

Era uma vez uma estrela-do-mar que vivia num mar de águas tranquilas. Certo dia, quando veio a maré baixa, ela viu algo que a deixou profundamente curiosa.

E o garoto escreveu isto:

Era um cotonete. A estrela-do-mar pegou no cotonete e trincou-o. Contudo, como não sabia muito bem, enfiou-o pelo nariz adentro. Para seu espanto, funcionou (deu para tirar  todos os estrelacosmulacos*1 do nariz). Então, ela chamou-o de "tiraloures de estrelacosmulacos cósmico".
A notícia espalhou-se rapidamente. Todos queriam comprar o, na nossa língua, cotonete!
- Meus amigos - disse ela - , este cotonete custa 25,22 menos 42,52 euros marinhos, ou seja, 2 euros.
Então, a estrela-do-mar tornou-se logo rica e popular.
Mais tarde, o seu filho, estrela-do-mar-com-tomates inventou o "cotenoto", que servia para limpar o estrelume*2 e ficou também igualmente rico e famoso.
Assim, a família estrela-do-mar e/ ou estrela-do-mar-com-tomates ficou rica, famosa, feliz e limpinha para sempre.
Estrelim*3!

*1 - macacos do nariz da estrela-do-mar e outros animais marinhos
*2 - cerume da estrela-do-mar e outros animais marinhos
*3 - "Fim", em linguagem de estrela

P.S. - Por acaso, o garoto é o meu filho...

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