15 de maio de 2017

la la land

No fim de semana vimos o La La Land, de Damien Chazelle.
Vimos, é como quem diz.
Eu vi.
A criança desistiu logo no início do filme e o homem aguentou mais um pouco, mas não muito.
Dei por mim sozinha a devorar cada minuto deste filme delicioso.
Claro que estava com expectativas, por motivos óbvios.
Atrevo-me a dizer que este não é um filme difícil ou complexo que dê para refletir muito, mas ainda assim adorei.
La La Land é a aproximação de um musical nostálgico, doce e absorvente, passando pela comédia e um pouco pelo drama, sendo uma homenagem sincera aos clássicos de Hollywood.
Vincadamente marcado pelas quatros estações do ano, este filme, mais do que tudo, é entretenimento puro e toca-nos com a sua magia.
Emma Stone e Ryan Gosling são os atores principais.
São giros, não têm vozes fenomenais e a dança nem sempre é coordenada, mas talvez seja essa simplicidade que nos seduz.
Os diálogos têm sentido de humor e as explosões de cor são constantes, transmitindo vivacidade e alegria.
É inverno.
O filme começa numa ponte, com uma fila interminável de carros. Os condutores saem das viaturas e cantam e dançam ao estilo Fame. A letra da música é sobre as lembranças de amor, dando o mote para o tema do filme.
Mia é uma aspirante a atriz que coleciona castings e trabalha num café.
Sebastian é um pianista que está disposto a tudo para que o jazz não morra; o seu sonho é abrir um clube de jazz.
Na realidade, a arte une-os, de uma forma ou de outra, e nós compreendemos quão difícil é o mundo de quem tenta singrar nesta área.
Mia vê Sebastian pela primeira vez, à noite, num bar. Fica fascinada ao ouvi-lo tocar piano e dirige-se a ele para elogiá-lo. No entanto, a sua reação foi passar por ela e dar-lhe um encontrão.
Ainda assim, o destino acaba por uni-los irremediavelmente.
A primavera junta-os e, quando chega o verão, começam a namorar.
É um amor forte e verdadeiro.
Numa tentativa de encontrar estabilidade, Seb arranja um emprego do qual não gosta, mas que o coloca no caminho para o sucesso. Torna-se músico de uma banda bem sucedida, mas aparentemente sem grande qualidade.
As constantes digressões e a distância fazem com que ambos se afastem.
Certo dia, Mia passa pelo cinema onde deram as mãos pela primeira vez e vê que este está fechado, lançando o indício de que algo errado estaria para acontecer.
É outono e com ele vem a solidão.
A prova de fogo da carreira de Mia, entretanto, chega. Tem uma peça decisiva naquela noite, mas Seb não está lá para apoiá-la.
Então, tudo acaba entre eles.
As cores mudam.
Tudo fica escuro e triste de repente.
Passam cinco anos e vemos Mia com a vida refeita.
É uma atriz reconhecida.
Casou e tem uma filha.
É novamente inverno.
Uma noite, sai com o marido e passam por um bar. Entram e Mia encontra Seb. Ambos trocam um olhar profundo e tudo à sua volta para.
Este é o clímax do filme.
Seb senta-se ao piano e começa a tocar.
Nesse instante, a história das suas vidas refaz-se como que por magia.
O tempo volta atrás.
Mia vê Seb pela primeira vez, à noite, no bar. Fica fascinada ao ouvi-lo tocar piano e dirige-se a ele e ele beija-a longa e apaixonadamente. A partir daí, acompanha-a em todos os momentos da sua vida. São felizes. Ela fica grávida e têm um menino. Uma noite, saem os dois e passam por um bar. O mesmo bar de há pouco. Entram e quem está ao piano é o marido de Mia.
A música para e Seb aparece novamente ao piano.
Na realidade, ele esteve sempre ali.
Afinal, nem a sua música conseguiu mudar as suas vidas.

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