13 de abril de 2017

feira de março

Ontem, fui à Feira de Março com a criança.
Ir à Feira de Março comigo não é algo que seja, assim, propriamente, divertido.
Não é.
Eu sei.
Tenho perfeita noção disso.
Ou bem que vamos para as farturas, para as pipocas, para o algodão doce, para o pão com chouriço, para os cachorros quentes, para as sandes de leitão, ou seja, para qualquer coisa que se coma, ou, então, é o cabo dos trabalhos, pois não ando num único carrossel.
Desculpem se desiludi alguém, mas não sou um ser que se divirta horrores a andar de carrossel.
Não sou.
Posto isto, ou bem que vamos com o Nuno ou está o caldo entornado e a criança tem de se divertir... mas sozinha
Claro que qualquer mãe que se preze acaba por ficar com algum peso de consciência e tal, ver ali o garoto, de olhos esbugalhados, a olhar para nós e a mendigar que andemos com ele nalguma coisa, o que quer que seja, mas nalguma coisa, por Deus, que se mexa.
Ponham-se no meu lugar e tentem imaginar a situação.
É de partir o coração!
Então, ontem, o garoto pôs aqueles olhos-à-gato-das-botas e eu, fraca, pura e simplesmente não consegui dizer que não.
Decidi ir com o garoto ao Pirata das Caraíbas, mal por mal, que fosse esse, que uma pessoa não fica, assim, desprevenida, de pernas para o ar, nem com o coração na boca, nem com vontade de vomitar e o caneco.
E lá fui eu, pobre de mim, sem saber ao certo onde me ia meter.
A criança foi à frente, destemida, aceleradíssima, a desbravar caminho e a mostrar-me que não havia motivo para me sentir insegura.
Primeiro, digo-vos, havia uma espécie de paus pendurados no teto, que tínhamos de afastar para não nos baterem na tola. Claro que, como eu ia atrás do miúdo, acabei por levar com a porcaria dos paus todos na cara, nos óculos de sol (sim, eu ia de óculos de sol e não me apetece muito falar sobre o assunto) e, basicamente, no corpinho todo.
Não foi bonito, não senhor.
Depois, o raio do chão tremia por todos os lados como se fosse o fim do mundo e uma pessoa mal se aguentava em pé. Só Deus sabe!
Mas o pior, meus amigos, o pior de tudo foi quando parámos lá nas alturas, o equivalente a um Senhor terceiro andar, e caminhámos por ali fora, sujeitos ao vento e às intempéries, ao longo de um corredor estreito que nos separava da morte apenas por um corrimão de metal. E nós, meus amigos, nós, aquentámo-nos ali conforme pudemos, a sentir a adrenalina no corpo, a tentar não perder a vida, é o que é!
A saga terminou com um temível escorrega a pique-mas-a-pique e em caracol-mega-apertado que me deixou com o estômago às voltas.
Sobrevivi, mas nunca mais vou ser a mesma.
Juro, nunca mais!


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