8 de janeiro de 2017

aveiro no coração # 10

Amadeu de Sousa, acarinhado poeta local, diz que, de todos os santos de Aveiro, desta terra e deste céu, São Gonçalinho é o mais cagaréu. 
Para quem não sabe, esta é, sem dúvida, a festa mais típica, mais castiça e mais genuína do bairro da Beira-Mar, onde nasci. 
São Gonçalinho é o nosso santo casamenteiro, mas trata também as mazelas dos ossos e outras aflições, com orações, em jeito de quadras rimadas. 
Esta devoção faz parte da tradição da nossa cidade e culmina com o arremesso devoto das cavacas, uns simpáticos bolos rijos, feitos à base de claras, açúcar e farinha, em sinal de promessa, do alto da torre sineira da capela para a multidão frenética, que tenta apanhá-las com guarda-chuvas, abertos em cova, redes de pesca, ou nassas. 
A simbólica entrega dos ramos, a dança dos mancos, em alta noite, os grandes concertos e o magnífico fogo-de-artifício são vividos ao rubro, com emoção e sentimento. 
A cidade de Aveiro ganha outra vida. 
As ruas apinham-se de gente, as bancas de bolos encostam-se umas às outras, os balões coloridos fazem brilhar os olhos dos garotos e os carros atropelam as artérias da cidade. 
Há luzes, cor e folia. 
Ontem, não perdemos o concerto dos Amor Electro, com a "grande" Marisa Liz. 
Adorei o novo single, Sei, curiosamente gravado na capital da Art Noveau
Bem, saltei que me fartei, cantei de olhos fechados e assistimos ao fogo de artifício. 
Aveiro é lindo!









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