10 de setembro de 2016

bebés-carecas e o caneco

Hoje, perdi-me a falar com a criança acerca da minha infância e dos adoráveis-super-fofos bebés-carecas. 
Miúda que se prezasse tinha, obrigatória e incontornavelmente, um bebé-careca.
Não havia volta a dar-lhe.
Era limpinho.
Algo, assim, entre o Barriguita e o Nenuquiano, mas de tamanho-bebé-de-verdade e corpo de almofada.
Lembro-me de andar na escola-primária e de ter pedido um à minha mãe pelo Natal (Quando somos a irmã mais nova, aprendemos desde muito cedo que o Pai-Natal não existe. A vida não é fácil. Mas adiante.).
Quando recebi o bebé-careca no dia de Natal, pela manhã, foi uma emoção muito forte.
Sei que vão ficar chocados, mas, antigamente, só recebíamos uma prenda ou duas pelo Natal. Precisamente. Não é como agora, que os fedelhos recebem tantas prendas que nem sabem o que fazer com elas e andam praticamente 15 dias a tentar desembrulhar tudo, faseadamente.
Não. 
Aquele boneco roliço de jardineiras aos quadradinhos azuis era o resultado de muito esforço e trabalho árduo da minha parte.
Acreditem.
Tinham sido meses e meses a implorar por aquela pequena criaturinha, quase do meu tamanho, que me enchia os braços.
Os bonecos tinham aqueles olhões azuis, lindos, pareciam berlindes, que se abriam quando estavam de pé e se fechavam quando os deitávamos.
Lembram-se dos olhos com aquelas pestanas enormes?
Tentei explicar isto ao filhote e ele ficou completamente a leste. 
A ver navios.
Nicles batatóide.
Zero.
Não fazia a mínima ideia do que estava a falar.
Olhos que abrem e fecham quando estão de pé ou deitados?
Caramba!
Até senti uma coisinha má no peito.  
Como é que algo tão mágico e puro deixou de existir numa geração??? 
PUM! 
Up and away!
Como?!!??? 
Como, por Deus?!!
Como???!!!
A sentir-me nostálgica.

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