11 de agosto de 2016

a meia haste

Já há uns dias que queria escrever sobre os fogos que lavram Portugal, dizer que estou indignada e revoltada, que os 3600 bombeiros têm sido heróis todos os dias e têm deixado a família para trás sem saber se voltam, porque deu na veneta a alguém pura e simplesmente pegar numa caixa de fósforos e pensar
Que sa f0d@. Vou incendiar esta m€rda toda
Às vezes, faltam-nos as palavras.
É triste como o ser humano consegue ser capaz de destruir o seu próprio planeta, pôr em risco ecossistemas inteiros, homens, mulheres, crianças e bebés, e dormir descansado.
A isto chama-se homicídio em massa ou, então, a maior cobardia de todas.
E os destroços são tão grandes-mas-tão-grandes,  e o sofrimento é tão avassalador que mesmo que tentemos imaginar com todas as nossas forças como será perder tudo, não conseguimos. Nem chegamos lá perto.
Mesmo que queiramos dizer a todas as vítimas dos fogos que lamentamos ou que estamos solidários, e que já passou, é mentira. Ainda não passou e não vai passar.
As imagens de satélites captadas pela NASA mostram que até do Espaço se consegue ver o fumo dos incêndios que estão a amputar Portugal.


Não há palavras.

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