Amores,
tenho-me mantido caladinha sobre o assunto durante estes anos todos.
Tenho
ouvido e tenho calado (o que não é assim lá muito habitual na minha pessoinha),
MAS já estou com os nervos em franja, pá!
Tudo
começou no programa Ídolos, há uns anos atrás; talvez há 5, 6 anos atrás; não
ando a contá-los; e a coisa tem tomado proporções torreeiffelianas!
Ora,
houve alguém, um dia, uma alma penada, que se lembrou de dizer em direto Esta música é a minha praia e vai daí
que, desde então, andamos a falar idolosês a torto e a direito.
É
feio, pá!
Feio-mas-feio!
A
expressão carioca metaforiana tem invadido a televisão portuguesa de forma assustadora e,
embora tenha um cariz altamente informal, tem sido gasta over-and-over-again em
programas televisivos, em horário nobre, enquanto bengala linguística, pois!
Esquecemo-nos
de utilizar vocabulário rico e diversificado, adequado à situação em que nos
encontramos, e passamos a adotar expressões que em nada enriquecem a nossa
língua e que nada têm que ver com a nossa cultura.
É
uma limitação gritante dos nossos recursos linguísticos.
Falta-nos
vocabulário para uma comunicação conveniente e fluída e A minha praia tem sido chapa 5!
Funciona
sempre!
Por
que não dizer Esta música adequa-se ao
meu gosto musical ou Sinto-me à
vontade com este género musical, por exemplo?
Mas
não!
Não,
preferimos simplificar e usar o que vem à mão.
Escondemo-nos
no prontos, no bué, no tipo, no NÃO HÁ MOTIVOS PARA (esta parte-me todinha)
e achamos que até sabemos falar.
It is not my cup of tea!
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