8 de março de 2015

dia 8 de março

Hoje é o dia da mulher.
Há quem diga que o dia da mulher é todos os dias.
Há quem diga que o dia da mulher é uma treta; também devia haver o dia do homem.
O que eu acho é que muita gente se esquece por que existe o dia da mulher.
O dia da mulher não é um dia que existe por dar cá aquela palha.
É um dia importante, mas que é banalizado com jantarzinhos com as amigas (não que seja contra) e strip-teases  estúpidos em que as mulheres se comportam de forma vulgar e vergonhosa.
O dia da mulher é um dia que deveria ser de reflexão.
É ver que muitas mulheres por esse mundo fora são apedrejadas porque são mulheres, são raptadas para prostituição, são obrigadas a usar a burca ou são proibidas de conduzir.
É um dia que deveríamos pensar em tudo o que conquistámos: o direito ao voto, a trabalhar ou a sermos remuneradas.
Devíamos refletir que, em Portugal, as mulheres ganham menos 18% do que os homens que desempenham as mesmas funções, que as mulheres continuam a ser vítimas de violência doméstica e que este dia é uma homenagem às operárias que, no dia 8 de março de 1857, em Nova Iorque, fizeram uma greve a reivindicar melhores condições de trabalho - redução na carga horária para 10 horas por dia, em vez das 16 horas exigidas, a equiparação de salários (ganhavam um terço do salário de um homem para o mesmo tipo de trabalho) e tratamento digno dentro do local de trabalho - e acabaram trancadas e queimadas vivas dentro da fábrica.
O dia 8 de março não é um dia de stripteases, nem um dia de vitimização, nem um grito de feminismo; é um dia em que as mulheres deviam olhar para trás, refletir no que conquistaram e tentar lutar para a igualdade de direitos, dentro da própria diferença; pois um homem é um homem e uma mulher é uma mulher.
A minha flor do dia da mulher (sim, o homem sabe que levo este dia muito a sério). Obrigada!

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