5 de março de 2015

cebolas para mariquinhas

Antigamente, quando era miúda, ou mesmo na entrada para a idade adulta, tudo era genuíno.
Quando digo tudo, era mesmo TUDO.
Os morangos não eram enormes e super-mega-estranhamente-limpos como os que encontramos nos hipermercados, mas eram mais saborosos, cheiravam deliciosamente bem e PREPAREM-SE: faziam nódoas.
Nódoas.
Sim, nódoas.
Estão a ver aquelas manchinhas (ou manchonas) que estragam logo uma roupa para todo o sempre?
É isso!
Aliás, quando uma nódoa de morango caía em cima de um tecido, esqueçam, não havia praticamente NADA a fazer, a não ser mergulhar a roupa em lixívia, ou estatelar um remendo em cima do "acidente de percurso".
Amiguinhos, um morango era um Senhor morango; um morango a sério!!! e uma nódoa não era pêra doce, não senhor; era um ver se te avias!
Mas, hoje em dia, a fruta já não sabe a fruta e também já não faz nódoas.
Ora, com as cebolas é igual. Elas parecem-se com cebolas, ai isso parecem!!, mas, na realidade, há ali qualquer coisa que não bate certo.
Passo a explicar.
Estava eu, ontem, a preparar-me para fazer um refogado, quando comecei a picar a cebola.
Histericamente e sem rodeios, avisei logo a criança para se afastar, senão íamos chorar como 2 desgraçadinhos e fazer caretas patéticas.
No fundo, só queria evitar uma grande choradeira, era o que era!
O certo é que piquei a cebola a bom picar, em pedacinhos microscópicos e... nada!
NADA!!!
Nem uma lágrima verti! Nem os olhitos se aguaram!
Nicles!
Zero!
Caramba!
Como é que é possível????!!!!
Dantes, picar uma cebola era unicamente para homens de barba rija; ficávamos com os olhos marejados de lágrimas durante uma eternidade e aquela m€rd@ ardia que se fartava! Hoje, picar uma cebola é canja, peanuts, piece of cake!
Bem, "aquela cebola" só podia estar avariada ou algo do género!
No fim de contas, nem eu, nem a criança chorámos!, o que foi esquisito!!
Onde, sapinhos, onde param os morangos que fazem nódoas e as cebolas que fazem arder os olhos?
ONDE?, por Deus!!!!

Sem comentários:

Enviar um comentário