27 de dezembro de 2013

Morreu o pai do planeamento familiar

Albino Aroso, o médico que criou a primeira consulta de planeamento familiar, um dos principais rostos da reforma que conduziu à impressionante queda da mortalidade infantil em Portugal, morreu nesta quinta-feira, no Porto, aos 90 anos. Albino Aroso alterou profundamente o panorama da saúde materna e infantil em Portugal e foi um dos principais responsáveis pela inversão da taxa de mortalidade infantil, que passou das piores para uma das melhores do mundo em poucos anos. Este Senhor, com letra maiúscula, foi o primeiro médico ginecologista português a lutar pelos direitos das mulheres em geral e pelo direito à contraceção, contra a Igreja e os colegas de então. Albino Aroso foi a primeira personalidade a ser galardoada com o Prémio Nacional de Saúde, em 2006; no ano anterior, tinha sido considerado pela Associação Médica Mundial um dos 65 clínicos "mais dedicados" às causas públicas em todo o mundo.
Esta figura histórica da saúde pública em Portugal receitava a pílula quando a contraceção era proibida. Dito assim até parece pecado, mas se Albino Aroso não tivesse existido, muito provavelmente, hoje estaria eu em casa (e mais 99% do mulherio português), rodeada de uns 10 ou 11 Bernardos, a comer bilharacos de manhã à noite, a pesar uns 80 quilos, com rolos na cabeça e um lenço foleiro às flores, de avental também às flores, à espera que o Nuno chegasse a casa do trabalho!
A medicina portuguesa e todas nós, mulheres, estamos de luto, portanto.
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