Back to Aveiro

            Sinceramente, os últimos dias no Allgarve foram passados de papo para o ar, à lontra, sem fazer nenhum, ou seja, o cúmulo sadio da malandragem pegada e da preguicite aguda. Ih! Ih! Ih! Na realidade, esta vidinha boa tinha de acabar, mais cedo ou mais tarde, para o bem de todos, ou temia-se o pior.

            Começo a compreender bem demais o submundo complexo e ardiloso dos arrumadores de carros: a vidinha fácil sem grandes responsabilidades, dramas ou compromissos; faz bem à alma!!

            Ter de regressar a Aveiro, após uns míseros dias de puro paraíso, convenhamos, foi quase pior do que ter de gramar com o Correio da Manhã diariamente nas esplanadas allgarvias e saber em primeiríssima mão que o primo da tia de não sei quem violou umas quantas galinhas perto de não sei onde e tal.

            Vou sentir saudades de jogar à macaca na areia da praia, aos pulos, a tentar chegar à minha toalha, no meio da confusão, entretanto já com o pé do vizinho quase enfiado numa orelha e o braço de outro a querer entrar pela narina adentro; vou sentir saudades das sinetas ululantes dos vendedores de bolas de Berlim que funcionam tão eficazmente quanto a teoria de Pavlov!!! 

            Adeus aos meus brunches monumentais, de perder de vista, à hora que eu quisesse; adeus aos mergulhos às dúzias em água-temperatura-caldo; adeus às quantidades tóxicas de gelados e bebidas frescas e muita animação!!

 

   

 

              Enfim! Back to Aveiro!!